sábado, 29 de maio de 2010

Isso titulos não é comigo.

Aproximei-me.
Do medo, das escolhas, a oportunidade de ser feliz.
Podia fingir que a verdade era mentira. Podia moldá-la aos meus gostos, à minha maneira de a ver, de a sentir. Saboreá-la nos meus lábios, e cuspi-la com a repugnância de quem a sabe, de cor. Sem problema de a enfrentar.
Podia até imaginá-la. Ao longe. Tornando-se passado.
Mas tudo isso não passava de um pensamento distante, que me atormentava à medida que o tempo passava. À medida que essa ideia se tornava cada vez mais constante. Como se não houvesse saída.
Inspirei fundo.
Era um medo, um receio.
Era uma mistura de sentimentos tão fortes que ao tentar numerá-los, perdia a razão do meu sentido.
O poder de uma alma que acreditava.
A força de uma mente que pensava.
A vontade de um corpo amar.
A saudade de sonhar.
Quando tudo se tornava num pesadelo. Quando ao fechar os olhos apenas a vontade de esquecer. Tudo o que envolvia o meu ser numa neblina densa de mentiras. Uma verdade na qual eu não queria acreditar.
E no silêncio procurava a melodia de um sentimento distante, que constantemente permanecia perto, demasiado perto, do meu peito.
Não era fácil enfrentar um medo que insistia em aparecer quando tudo parecia estar bem. Não era fácil olhar para o futuro, apenas um ponto de interrogação moldado por um passado demasiado marcante, demasiado
influenciável. Um passado que eu temia que se tornasse presente. Um passado que eu apenas sonhava esquecer.
Aproximei-me.
Afastando-me dos sonhos que outrora me levavam ao céu. Afastando-me dos desejos que outrora me ensinaram a voar. Afastando-me de todo o "eu" que permanecia sincero e intocável por uma sociedade que nos muda a cada dia que passa. Que nos envolve nessa neblina de sentimentos perversos sobre o que é ser Homem. O que é sonhar, amar, desejar, ser. Tudo o que antes nos mantinha felizes, algo desfocado por uma imagem pouco nítida do que é apenas, fechar os olhos e adormecer, num pesadelo que tem como continuação a vida real.
Tento não recordar. Tento não me aproximar daquela cruel realidade. Uma realidade que estou prestas a enfrentar. Uma realidade que apenas desejava poder transformar em sonho.
E desejava, poder olhar e ver algo que apenas a minha alma receia, algo que apenas a minha mente oculta, o meu corpo anseia, por um momento de luta. Uma luta constante, uma batalha inevitável que se abate por dois opostos que desejam, contrariamente, o mesmo.
E apenas pergunto quem será o vencedor?
Quem ganhará esta batalha que se trava dentro de mim.
Quais os motivos que, concretamente, se mantêm apagados de mim. Quais os motivos que eu não percebo.
E porquê?
O que será que alimenta o desejo de sofrer? A doce sensação de felicidade que abandona a minha alma.
Enquanto o tempo passa.... Enquanto a saudade aperta, um sorriso que voa, uma opção que se mantêm em aberto para um ser que não tem mais por onde escolher.
Duas metas.
Apenas um sentido.
Para a frente.
Nunca recuar... avançar...
Apenas avançar...
Seguro!
De si!
Da sua vontade.

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