domingo, 30 de maio de 2010

Pergunto...

Ás vezes pergunto qual será a melhor atitude a ter.
Por vezes, a vontade de ser e obter é tal, que me atinge, como uma flecha, o coração.
Puro. Demente. Pergunto qual a sensação de estar do outro lado. Porquê agir sem pensar? Porquê fingir que se está a amar?
Quando o desejo é muito. Quando a vontade é tanta. Quando a saudade do seu sabor, esvazia o meu coração enchendo a minha alma de algo.
Um sentimento que está tão longe, um sentimento que se mantém tão perto.
No meio do escuro procuro a luz que ilumine uma alma. A minha alma.
Por entre o silêncio. O pesaroso silêncio. Procuro a melodia que encha o vazio que sou eu.
Procuro uma explicação.
Procura uma resposta.
No entanto, apenas encontro lixo, que apenas serve para me baralhar. Que apenas serve para me fazer pensar em outras coisas, senão a verdadeira questão.
Senão o verdadeiro facto.
O amor!
Que investe por entre tudo o que eu penso. Que me ignora quando o chamo, que desaparece quando o procuro.
Tudo o que quero.
Tudo o que sinto.
Tudo o que penso.
Tudo aquilo que me faz ser eu.
Tudo aquilo que me torna em mim
E pergunto porquê.
Porquê as vozes que ecoam na minha cabeça não param.
Dizendo apenas palavras que eu não percebo.
Frases ocas. Contextos que não interessam.
E levam-me a odiar.
Levam-me a desprezar.
A desejar algo que não é verdade.
E a realidade, que por entre a mentira e o que eu penso, permanece intacta.
E eu que a procure.
Dentro de mim.
O ser que diz: "não e sim"
Esse ser que marca o inicio e o fim.
Sem nunca pensar...
No porquê.
Então, cabe-me a mim, achar uma verdade que é mentira.Cabe-me a mim parar, cessar, enfrentar essa guerra que não é minha, mas que se trava dentro de mim. Essa batalha fria e crua que me faz perguntar "quem sou eu?". Uma guerra entre dois oposto que se mantém agarrados à perversa ideia do que é amar.
Dois opostos que fazem de mim o que eu sou.
E depois pedem-me:
Sê assim.
Age assim.
Faz assim.
Diz assim.
Pensa assim.
Fala assim.
Sente assim.
E eu pergunto.
No meio de tudo, onde estou eu? Onde está a minha essência? O meu ser?
A minha verdade.
A minha alma.
Quem sou?
Onde estou?
O que faço?
Porque o digo?
O que penso?
A quem falo?
O que sinto?
Porque sinto?
E apenas me pergunto...

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